Formação da pérola de Taiti
Contrariamente às pérolas naturais, as pérolas de cultura oferecem colheitas maiores. O cultivo das pérolas consiste na inserção dum sedimento dentro da ostra. Este processo que necessita da intervenção humana, permite à ostra uma proteção, criando uma camada de nácar que se fixa à volta deste sedimento. A formação da pérola do Taiti compõe-se em 5 etapas:
A origem
A pérola do Taiti é cultivada exclusivamente nas lagoas polinésias, na ostra de lábio negro, conhecida igualmente por Pinctada Margaritifera. Esta designação refere-se simultaneamente ao tesouro e à pérola. A pérola é demasiado frágil e só vive em algumas lagoas do Pacífico. Este molusco tem a capacidade de se reproduzir facilmente de maneira regular sobretudo na transição das estações.
A colheita das ovas
Durante o período de germinação das ostras, os coletores instalados na lagoa permitem às gametas machos e fêmeas de se misturarem para darem nascença às larvas de nácar chamadas ovas. Estes coletores são pedaços de plástico preto que permitem de capturar as larvas de nácar que vem agarrar-se e crescer.
Após terem recolhido as ovas, a operação de destruição começa. Consiste em retirar as larvas (ovas) dos coletores. As ovas são assim perfuradas e suspensas por um fio nylon às cordas chamadas cordões que podem suportar entre 10 a 20 ostras. Este fio permite recrear uma ligação que une a ova ao coletor.
A criação
A criação das ostras Pinctada Margaritifera requer uma ótima vigilância tanto na saúde como na proteção contra os predadores naturais.
Para favorizar o crescimento, uma limpeza constante e minuciosa é fundamental. Três a quatro vezes por ano, as ostras saem da água para serem limpas cuidadosamente. Este trabalho consiste a tirar todas as conchas, moluscos e algas que se colam e que vem perturbar o bom desenvolvimento da ostra.
Só passado três anos é que ostras podem ser transplantadas.
O transplante
Para obter uma pérola de cultura do Taiti, é necessário proceder à etapa do transplante. Esta etapa consiste numa pequena incisão na bolsa da pérola para inserir um enxerto e um Núcleo.
- Enxerto: parte da película retirada da ostra dadora
- Núcleo: esfera vinda duma parte da concha
Depois desta operação, um período de 45 dias é necessário para saber se houve uma rejeição do núcleo ou então a morte da ostra. Se ao contrário, o núcleo e o enxerto são aceites pela ostra transportadora, vai produzir durante 24 meses uma camada de nácar para se proteger. O nácar por sua vez, alcançará uma espessura de 0,8mm no mínimo para poder ser comercializado.
Quando a ostra rejeita o núcleo, o Keshi forma-se com o pequeno enxerto. Ao contrário da pérola, o Keshi não contém núcleo esférico.
A recolha
Após dois anos, puericultores tiram as ostras portadoras da água e fazem de novo uma transplantação para recolher as pérolas.
Assim que as outras estiverem limpas, o transplantador efetua uma nova incisão para tirar a pérola ou o Keshi (pérola sem núcleo). Se a ostra mãe for sã e que o transplantador julgar que a qualidade das pérolas recolhidas é satisfatória, a ostra é mais uma vez transplantada com o núcleo dum tamanho idêntico.
Uma vez recolhidas, as pérolas e os Keshis são enxaguados e em seguida metidos num tambor para serem lavados e lustrar.